Educação

Falta de democracia, inverdades e confusão marcam assembleia geral do CPERS

É lamentável que num período em que deveríamos unir a categoria para lutar em defesa das nossas vidas, uma Assembleia Geral seja conduzida dessa forma.

Por Alicerce – Educação Estadual

Em meio a um dos períodos mais críticos já vividos pela nossa categoria, momento em que nossas vidas estão em jogo, a Assembleia Geral do CPERS, instância máxima de deliberação do sindicato, ocorrida no dia 03 de maio, é conduzida de forma antidemocrática e acaba sem orientação real frente à determinação do governo Leite de retorno presencial às aulas.

O clima de incertezas começou quando vários colegas não tiveram acesso à Assembleia, mesmo tendo se inscrito, e seguiu com vídeos, microfones e chat bloqueados para a intervenção da categoria, que não teve acesso nem ao número de participantes que ali estavam.

Além do silenciamento, integrantes da direção falam inverdades que só desinformaram os colegas e que interferiram diretamente nas decisões, como a afirmação de que a Greve Sanitária não está prevista em lei, e que ela se opõe à manutenção do trabalho remoto. Surpreende que dirigentes sindicais do tamanho do CPERS e de sua história terem que apelar para a desinformação para conseguir passar a sua política. Aliás, o método não está descolado da política, e essa confusão, desinformação e tumulto por parte desta Direção Central não são novidades nas assembleias.

A atual direção, que deveria apontar o caminho da resistência, defende e aprova, com base na desinformação gerada, o não retorno presencial, mas se nega a responder os questionamentos dos colegas sobre qual seria o amparo legal para seguir o trabalho remoto e não comparecer à escola. Lembrando que os funcionários, sempre esquecidos, já estão jogados à própria sorte há muito tempo.

É lamentável que num período em que deveríamos unir a categoria para lutar em defesa das nossas vidas, uma Assembleia Geral seja conduzida dessa forma. Apesar de ter aprovado 2 dezenas de propostas de mobilização, objetivamente a categoria está sendo conduzida para as escolas se expor ao vírus, sem nenhuma orientação de ação coletiva. Uma mancha na história de tantas lutas e batalhas. Sendo que a preocupação no momento da burocracia do nosso sindicato, e já de muito tempo, se restringe às eleições, que estão acima de tudo, com a justificativa das liberações. Isso é mais importante que a VIDA dos trabalhadores em educação.

É com muita preocupação que vemos o caminho para onde está sendo conduzido o CPERS, sindicato com 76 anos de lutas. Há muito tempo a falta de democracia, o bom tom com governos que retiram direitos em contraposição as manobras como a desinformação que prejudicam o fortalecimento da organização da categoria, o freio de mão puxado nas lutas tem sido a marca dessa direção. Agora essa política toma proporções ainda mais danosas, quando são nossas vidas que estão em jogo.

Agora mais do que nunca a categoria precisa ser ouvida, e ter os seus interesses colocados em 1º lugar na condução das lutas.

ESCOLAS FECHADAS, VIDAS PRESERVADAS!A VIDA ESTÁ ACIMA DE TUDO!!!