Por Núcleo Marielle Franco – PSOL Caxias do Sul
O Núcleo Marielle Franco PSOL, constituído por militantes independentes e de diversas correntes do PSOL Caxias, não esteve junto com a direção municipal do partido no primeiro turno das eleições. Não eleita pela base, a direção municipal atropelou o processo decisório do partido de forma antidemocrática, definindo a coligação com o PT e PCdoB sem diálogo com os militantes, e negando o direito de votação da proposta de lançar candidatura própria com uma mulher feminista e classista à frente da chapa.
A decisão do Núcleo Marielle Franco em não apoiar a coligação no primeiro turno não foi a decisão de uma esquerda purista e sim de uma esquerda constituída nos movimentos sociais, na luta dos oprimidos e oprimidas. E que, por isso, sempre combateu as políticas de conciliação de classe, assim como combate as coligações que não sirvam, em primeiro lugar, aos interesses populares. Uma esquerda que sempre lutou contra o sucateamento da saúde e dos demais serviços públicos, enfrentando de frente a reforma administrativa e a destruição dos direitos trabalhistas e sociais, e agora luta contra a irresponsabilidade dos governos antes e diante da pandemia. Acreditamos que só a luta traz a verdadeira transformação.
Diante do atual cenário político, o Núcleo Marielle Franco PSOL entende como prioridade derrotar a política dos governos Bolsonaro e Leite nas urnas e em todas as frentes de luta. Em Caxias do Sul, o candidato Adiló Didomenico, do PSDB, é o continuísmo desses governos. Portanto, temos a responsabilidade de apoiar o candidato Pepe Vargas, do PT, mas sem abandonar nossa independência política e nosso programa.
Insistimos em dizer que o voto não muda a estrutura social e econômica que rege a vida das trabalhadoras e trabalhadores. Mas um governo com olhos para as demandas populares é capaz de oferecer condições um pouco melhores para enfrentar, no dia a dia, as mazelas impostas pela lógica do dinheiro. O exemplo vem do programa do nosso companheiro do PSOL e candidato a prefeito de São Paulo, Guilherme Boulos, que propõe a contratação de cinquenta mil novos funcionários para o trabalho em obras públicas, além de mais médicos e outros profissionais da Saúde.
Essa medida não acabará com o câncer social que é o desemprego, mas mostra que é possível e fundamental colocar a máquina e o orçamento público para responderem às nossas necessidades mais urgentes.
Assim, vemos a importância de aprofundar o debate em relação à geração de emprego e renda, inclusão social, segurança pública, saúde, cultura, transporte, meio ambiente e moradia digna. A partir desses eixos, podemos pensar em programas voltados a quem respira a cidade em todos os seus aspectos todos os dias; uma cidade planejada para quem a mantém viva. Precisamos de uma Caxias cada vez mais inclusiva e mais democrática.
Nosso compromisso será sempre com as trabalhadoras e os trabalhadores. Por isso, neste segundo turno, apoiamos a candidatura de Pepe Vargas. Também por isso, estaremos à sua esquerda nos próximos quatro anos, lutando junto da população que mais precisa. Somos a base do PSOL.
Caxias do Sul, 19 de novembro de 2020.
Marielle e Anderson, presentes!