Sobre a Convenção do PSOL em Caxias do Sul (ou, a fuga da Primavera)

Por Renata de Paula e Núcleo de Base Marielle Franco – PSOL Caxias do Sul

Na Convenção do PSOL de Caxias do Sul, que se realizaria na tarde de hoje (12/09/20), infelizmente, o presidente do partido, Lucas de Souza abandonou a Convenção, depois que percebeu que sua corrente política, Primavera Socialista, que defende a coligação com o PT e PC do B, era minoria na plenária. Os filiados e filiadas que ficaram na reunião tentaram recompor a mesa com um membro do Núcleo Marielle Franco, que defendem a minha pré-candidatura, e convidando a Dra. Anai de Souza, secretária do partido. Nesse momento, todos os filiados da corrente Primavera, abandonaram a plenária.

Houve desacordo por parte dos companheiros do Núcleo Marielle Franco com a proposta da mesa de encaminhar a seguinte votação: coligação com a Frente Popular do PT e PC do B ou, o partido se abster do processo, não lançando candidatura própria para prefeito(a), sendo que essa decisão impede até mesmo de termos candidaturas a vereador. Dissemos que ninguém na convenção defendia se abster do processo eleitoral, e a que a direção encaminhasse a seguinte votação ao plenário: coligação ou candidatura própria. Nossa proposta não foi aceito pelo presidente Lucas, que insistia no seu encaminhamento, gerando o impasse e o abandono da reunião por parte da direção e de toda a corrente majoritária, mas que na reunião era minoria.

Se colocássemos em votação a proposta apresentada pela mesa, no nosso entendimento, significaria uma grande derrota para o partido nesse momento de grande polarização, onde consideramos fundamental aproveitarmos esse espaço nas eleições para defendermos o nosso programa. Um programa da esquerda socialista, que responda as necessidades do povo trabalhador e que se contraponha ao bolsonarismo e ao lulismo.

Essa atitude da direção do partido, de não permitir que apresentássemos a nossa pré-candidatura na Convenção, é um desrespeito a qualquer filiado e filiada que tem o direito de se apresentar como candidato(a) nas eleições, fere a democracia interna do partido, vai contra o que diz o nosso estatuto que coloca a Convenção Municipal como o nosso órgão máximo, e vai contra ao que diz, até mesmo, a legislação eleitoral.

E por fim, ressaltamos que, lamentamos a maneira que o processo foi conduzido e convocamos a todos e a todas, os oprimidos e oprimidas a se somar nas lutas que temos pela frente como a reforma administrativa, a luta pelo aborto legal, a vida acima do lucro e fazer com que o PSOL se construa pela base.