Por Coletivo Alicerce – Caxias do Sul
As eleições municipais de 2020 ocorrem num dos momentos mais críticos da história do Brasil. A COVID-19 se espalha pelo país, deixando rastro de milhões de pessoas infectadas e milhares de mortos. Por causa da pandemia, a crise econômica que se arrasta a anos, agrava-se ainda mais, provocando grandes estragos na vida do povo trabalhador. O governo federal contribui para o caos instalado, negando a gravidade da doença e se mostrando incapaz de apresentar medidas coordenadas para enfrentar à crise, sem contar os ataques perpetrados quase que diariamente contra o regime democrático. O desemprego cresce, a pandemia é usada como pretexto para flexibilizar ainda mais as relações trabalhistas e o sucateamento de anos do SUS se faz mais evidente.
Frente a essa situação e a falta de perspectivas para os de baixo, as eleições municipais adquirem enorme importância na disputa de projetos de sociedade. Embora de atuação limitada frente aos grandes problemas nacionais, o município é o espaço de organização imediata da vida cotidiana das pessoas e das comunidades, e tem responsabilidade fundamental em relação ao sistema de saúde, educação, organização do espaço público e desenvolvimento regional.
O PSOL tem a responsabilidade e a obrigação de se apresentar de forma independente nestas eleições, e contribuir com um programa alternativo para os trabalhadores e o povo mais pobre da nossa cidade. A escolha do candidato e do programa a ser apresentado pelo PSOL deve respeitar os princípios da democracia e o amplo debate interno e na sociedade, buscando criar um movimento em torno das ideias que serão defendidas pelo partido no processo eleitoral e, em caso de vitória, no governo. Portanto, o Coletivo Alicerce propõe a convocação de plenárias e reuniões com o objetivo de organizar a participação eleitoral do partido, de debater e construir de forma coletiva o nosso programa e, frente a esse esforço coletivo, definir que qualquer aliança fique subordinada à aceitação desse programa por parte dos demais partidos que venham a compô-la, mantendo dessa forma nossa independência política.
Esse programa a ser defendido pelo PSOL deve responder aos problemas mais urgentes sentidos pela população, com medidas de melhorias do sistema de saúde, educação, do transporte público e utilização dos espaços públicos urbanos. Deve apresentar um plano ousado de habitação e de tributação dos mais ricos como forma de combate à especulação imobiliária. Para enfrentar o desemprego, deve apresentar medidas de desenvolvimento da economia local a partir da retomada de investimentos em obras públicas.
Nos dirigimos à direção do PSOL de Caxias do Sul para reivindicar a realização deste ciclo de debates e plenárias para discussão desse projeto político. Nesse caminho de independência política, como mostra as experiências de São Paulo, Porto Alegre e outras capitais, o partido se fortalece e se cacifa junto a sociedade, como uma importante força política de resistência e de luta concreta contra os governos de Bolsonaro/Guedes e Eduardo Leite e seus duros ataques aos trabalhadores, às empresas e serviços públicos, ao meio ambiente e as nossas já parcas liberdades democráticas. Da mesma forma, nos distingue da velha esquerda representada por PT e PC do B e suas políticas conciliatórias e vacilantes.
Somente com a participação direta dos trabalhadores, em suas organizações e na vida política da cidade e do país, será possível enfrentarmos essa crise e esses desgovernos. E o PSOL pode ser peça fundamental nesse processo de reorganização da nossa classe e de nossa luta política que acontece nos bairros, nas escolas, nos locais de trabalho, mas também na prefeitura e na câmara de vereadores. Por isso, nós do Coletivo Alicerce, conclamamos a todos os filiados do PSOL de Caxias do Sul, lutadores independentes, movimentos sociais e demais forças populares, para assumirmos juntos essa tarefa de organizar essas plenárias e fazer o debate sobre que cidade queremos e para quem.